A MÍSTICA DA ENCARNAÇÃO
Sem encarnação não há comunicação
Sem encarnação não há comunicação

Ele não veio armado para punir. Ele está aí, na fragilidade de um Menino, para ficar bem junto à nós e nos libertar. Celebrar a chegada de um amigo! Cabe a cada um e a cada uma criar a festividade da Festa, fazer silêncio no coração, preparar a alma, reconciliar todas as coisas. Só assim a festa se deixa saborear. Deus se fez Humano e veio morar na nossa Casa! Este é o motivo que temos para celebrar!
O Natal revela o projeto que Deus se propusera a si mesmo: Deus quis se comunicar de forma completa a um outro ser diferente d’Ele!
Dignou-se a dar-se de presente a alguém! Deus não quis ficar unicamente Deus. O Criador fez-se também criatura. Não quis só comunicar somente seu Bem, sua Verdade, sua Beleza... Ele nos presenteou também com isso. Por isso, sempre quando amamos o Bem, pensamos a Verdade e apreciamos a Beleza... estamos apreciando, pensando e amando Deus.
Deus quis dar-se! Para isso é preciso existir alguém diferente que o possa receber. Esse alguém somos nós... e entre nós o olhar divino repousou sobre Jesus de Nazaré. Nele Deus será absoluta Comunicação, Encarnação e Presença! Ser humano só tem sentido se for para ser receptáculo do Divino. É como um copo, só tem sentido se receber um líquido precioso, pois foi feito para isso. Em Jesus de Nazaré, o humano encontra sentido e realização plena da sua existência, pensada, querida e criada para hospedar Deus. Quando nos doamos a alguém estamos comunicando a Encarnação Divina.
Deus comunicou-se a uma Mulher. Bateu mansamente em sua porta. Pediu morada. A Mulher disse que Sim. Porque havia lugar para ele em sua hospedagem. O Amor se fez Carne e veio morar aqui. E assim a vida divina começou a crescer no mundo. Deus nasceu! "Senhor, mostra-nos teu rosto!" E ele mostrou-se assim como é: permaneceu o Deus que sempre era, assumindo o Humano que nem sempre era. Deus não ficou indecifrável. Não ficou na sua onipotência eterna, ele veio morar na fragilidade da criatura.
Não atraiu para dentro de si a humanidade, mas ele se deixou atrair para dentro da humanidade. "Passei por Belém de Judá e ouvi um sussurro terno. Era a voz de Maria embalando o filhinho: Sol, meu filho, como vou cobrir-te de panos? Como vou ver-te nas minhas mãos, tu que conténs todas as coisas?"
E José, perplexo, exclamava: “Como pode? Como pode ter forma de criança Aquele que deu forma a todos os seres? Como pode fazer-se pequeno na terra, Aquele que é grande no céu? Como pode este estábulo conter Aquele que contém todo o universo? Como pode seus bracinhos estarem envoltos em panos, se seu braço governa a terra e o céu? Como pode?”
Deus se abaixa, se faz mundo, se torna humano. Pequeno é o nosso Deus. Infinito é seu Amor! Aproximou-se de nós, não temeu a matéria, não receou acolher a condição humana, por vezes trágica e absurda. Quem poderia imaginar que um Deus se fizesse assim?
A ninguém é desconhecida a condição humana. Apesar de sua bondade fundamental, o humano não deixa de ter seus fracassos. Ele pode ser um lobo para o outro, uma máquina autodestruidora para consigo mesmo.
fonte: http://carismafranciscano.blogspot.com.br/
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